terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Nascimento.

Véspera de aniversário. Data boa pra começar algo novo. Ou pra começar qualquer coisa. Ou acabar. Pois tudo que começa acaba e as melhores coisas começam do fim. Papo assim, estranho e sem nexo, voluptuoso com as palavras e melindroso com as idéias costumo chamar de coisa de gente-doida-que-mata. E é assim que me sinto. Gente doida. Que mata? Bem, não vou dizer que não mato uma mosca, pois mato. Mas na cadeia evolutiva dos seres vivos paro por aí. Sou inofensivo, menos comigo mesmo. Mato-me todo dia. Num golpe só ou com pequenos cortes. Coisa estranha não deixar-se viver. Por isso, tantas vezes, levanto, como, faço sexo e vou ao banheiro, mas não passo de um zumbi. Enquanto, nos dias de ressureição, posso tudo. E vou seguindo assim, nascendo e morrendo, morrendo e nascendo, fazendo aniversário e esperando viver nos intervalos. Escrever nos intervalos. Coisa de gente doida, né? Gente-doida-que-mata.