segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A casa só



A dor de estar só começa no ruído de cada manhã
Com a porta que bate sozinha com o vento
Com o travesseiro que dormiu sem fronha no armário

A dor de estar só permanece na mesa servida pra um
No sofá de deitar cada vez mais largo
Na planta da janela que secou sem alarde

Falta tanta coisa na casa que agora é só
Falta cada pedaço de vida do mosaico desse chão
Falta parede com rabisco e janela que se esqueceu aberta
Faz frio na cozinha e em mim.


(Foto - Il soffio blu. Autor: Roger Libório)

Um comentário:

Unknown disse...

Que solidão é está que a gente sente, mesmo estando acompanhado fisicamente, você me fez chorar, porque sinto isto muito também, que Deus possa te abençoar sempre com suas belas palavras e tamanha sensibilidade. isto é de gente transparente, que não tem medo de dizer o que sente... Grande beijo, Shirley Fernanda.